O Livro de Esdras - Série Curiosidades Bíblicas

ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE

Os livro de Esdras continua a história de Israel, relatando os acontecimentos entre 538 e 400 a.C. O tema central é a organização da sociedade, que se formou a partir da volta dos judeus exilados na Babilônia. No início, tratava-se de um livro único, mais tarde separado em duas partes, denominadas 1° e 2° de Esdras. Depois, o segundo recebeu o nome de Neemias. Segundo estudiosos em conjunto, os vinte e três capítulos não se encontram na ordem cronológica e literária original. Em vista dessa dificuldade, é interessante ler todo o texto conforme a seguinte cronologia:
586: Exílio na Babilônia
539: Ciro, rei da Pérsia, conquista a Babilônia
538: Edito de Ciro, permitindo a repatriação dos exilados (2Cr 36; Esd 1)
537: Primeiro grupo de repatriados com Sasabassar; recomeça o culto (Esd 2-3)
536: Preparativos para a reconstrução do Templo; obstáculos internos e externos (Esd 4-5)
520: Atividade dos profetas Ageu e Zacarias
518: Obras do Templo interrompidas e retomadas (Esd 5-6)
515: Dedicação do Templo (Esd 6)
448: Uma colônia de judeus muda para Jerusalém (Esd 4,8-22)
429: Artaxerxes autoriza Esdras a promulgar a Lei (Esd 7-8)
428: Reformas de Esdras (Esd 9-10).

Embora sua leitura implique dificuldades, os livro de Esdras mostra como um grupo se reúne e se organiza para formar sociedade. Certamente, o grupo deverá enfrentar dificuldades econômicas para sobreviver, políticas para constituir o seu espaço e ideológicas para manter a própria identidade original. Na confluência dessas três dificuldades está a espinhosa questão da liderança, para que a comunidade não fique entregue ao arbítrio dos poderosos internos ou externos, mas tenha meios de resolver seus conflitos, defender seus direitos e abrir perspectivas para o futuro. 

 Atribuído a Esdras o livro cujo nome provavelmente signifique “ O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título do personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2 Crônicas e Neemias. E mesmo a Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro. O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR” (7.11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10). 

Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo. Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que dizia que todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade. 

Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 aC sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus, então, levanta os ministério proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é completado e dedicado em 515 aC. Aproximadamente 60 anos depois (458aC), outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). 

São enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo. Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que deve ter durado cerca de um ano. Depois disso, viveu, provavelmente, com um influente cidadão até à época de Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas das práticas dos habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei, ao ponto do divórcio de suas esposas pagãs. 

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem. Deus havia prometido através de Jeremias (25.12) que o cativeiro babilônico teria duração limitada. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu o espírito do rei Ciro da Pérsia a publicar um édito para o retorno dos exilados (1.1-4). Fielmente, concedeu liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados são enviados com despojos, incluindo itens que haviam sido saqueados do templo de Salomão (1.5-10) Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus fielmente levantou Ageu e Zacarias para encorajar o povo a completar a obra. O estímulo dos profetas trouxe resultados (5.1,2). Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da sua apalavra, Deus fielmente enviou um sacerdote dedicado que habilidosamente instruiu o povo na verdade, chamando-o à confissão de pecado e ao arrependimento dos seus caminhos perversos (caps. 9-10). A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu retorno e das promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente (4.24). Posteriormente, depois de completada a obra, de forma que pudesse adora a Deus em seu próprio templo (6.16.18), o povo se tornou desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-se uma geração inteira cujas “iniqüidades se multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9.6). Contudo, como foi dito acima, a fidelidade de Deus triunfa em cada situação. 

 O Espírito Santo em Ação

 A obra do Espirito Santo em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de Deus em cumprir as suas promessas. Isto é indicado pela frase “ a mão do Senhor”, que aparece seis vezes. Foi pelo Espírito que “despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1.1) e “tinha mudado o coração do rei da Assíria” (6.22). Teria sido também pelo Espirito Santo que “Ageu, profeta e Zacarias... Profetizaram aos Judeus” (5.1). A obra do Espirito Santo é vista na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de trabalar nele (“Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor”, 7.10), como no sentido de atuar em seu favor (“o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7.6).

Objetivo e Fonte:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)

Conhecer a Bíblia é muito importante para todos nós, especialmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois Deus fala conosco por meio de Sua Palavra. O Espírito Santo nos conduz, nos orienta, e quando passamos por tribulações, Ele nos faz lembrar do que está escrito na Bíblia, de uma Palavra de Deus que nos conforte. Mas só nos lembraremos se tivermos conhecimento Dela. Por isso, iniciamos a Série Curiosidades Bíblicas, com objetivo de despertar o interesse no leitor do Blog pelo conhecimento minucioso da Palavra de Deus, na Série Curiosidades Bíblicas utilizamos como base diversos materiais teológicos, dentre eles destacamos Bíblia Apostólica e Edição Pastoral alem de artigos diversos de teólogos conceituados. A Série Curiosidades Bíblicas não apresenta obrigatoriamente a nossa opinião.

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Os livros das Cronicas - Série Curiosidades Bíblicas

REVISÃO DA HISTÓRIA DO POVO

1º e 2º Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada em 1º nem em 2ª Cronicas, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 cronicas (2Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1ºCr, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estilo, vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Os dois livros de cronicas ocupam o último lugar na Bíblia hebraica, o que é indicticio de sua origem relativamente recente. Quando o autor escreveu os livros das Crônicas, já existia a grande história, formada pelos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis. Bastaria acrescentar alguns capítulos sobre a volta do exílio e a vida da comunidade até o início do séc. IV a.C. O autor, porém, tinha sérios motivos para apresentar outra versão de toda a história do seu povo (cf. «A história desde Adão até a fundação do judaísmo - post anterior»).

À primeira vista, sua história parece repetição de narrações já existentes. A leitura atenta, porém, perceberá muitas diferenças, devidas à exclusão de materiais, ao acréscimo de outros e, muitas vezes, manipulações sutis dos relatos. O que o autor pretende é reconsiderar o passado, a partir da situação da comunidade judaica do seu tempo. Assim, a personagem principal dessa história é o Templo de Jerusalém moradia autêntica do Deus de Israel no meio de seu povo e portanto o único lugar de culto legitimo ao senhor, ao passo que os reis do Norte patrocinavam um culto ao mesmo Deus , mas em santuários que o cronista considera ilegítimos. Nas figuras dos sacerdotes e levitas que no templo exercem suas funções; os sacerdotes com o culto e os levitas com a transmissão das legítimas tradições do povo. É fácil perceber que toda a história precedente atinge seu ápice no Templo e que dele dependem todas as reformas político-religiosas posteriores; os reis são julgados a partir de suas relações com o Templo e o culto ao Deus de Israel. Além disso, toda a história do reino do Norte é omitida, pois no tempo do autor os samaritanos eram inimigos acirrados da organização da comunidade judaica centrada em Jerusalém.

Ponto importante é a atenção especial que se reserva aos levitas, nas listas genealógicas e na narrativa propriamente dita. Os levitas pontilham essa história com sua presença, palavra e ideologia. É a maneira que o autor, certamente um levita, encontra para recuperar as tradições das tribos do Norte, que haviam mais bem conservado os ideais democráticos e igualitários. Como os levitas eram muito ligados aos círculos proféticos do Norte, encontramos muitas menções de profetas e o título de profeta é dado até mesmo ao levita (cf. 1Cr 25,1-5). Essa é uma diferença essencial com a história narrada nos livros dos Reis, onde o levita Abiatar e com ele certamente o levitismo foi expulso de Jerusalém por Salomão (cf. 1Rs 2,26-27, passagem que o autor de Crônicas omite). Os livros das Crônicas, portanto, oferecem uma versão da história que reivindica e justifica a função do levita na liderança da comunidade judaica. Graças a ele, os ideais do êxodo e de uma sociedade igualitária permanecem vivos, à espera de uma ocasião histórica propícia que torne possível a sua concretização.

Davi e salomão também figuram como personagens central da historia narrada pelo cronista, no que tange a construção, ornamentação bem como à organização do culto no Templo de Salomão. Davi mais que Salomão, em 2º Samuel 7, Davi apenas exprimiu a intenção de construir o templo, sendo dissuadido pelo profeta Natã de realiza-lo. O Cronista mostra que Davi fez mais que simplesmente expressar a intenção. Ele projetou, com os mínimos detalhes, e ajuntou imensa quantidade de material e dinheiro para a construção e muitas preciosidade para a ornamentação, cabendo a Salomão apenas a tarefa de executar fielmente o que seu pai havia projetado. 

Davi era figura idealizada, modelo supremo dum rei justo e santo, por isso tipo do Messias esperado. Dai não admira que o cronista tenha omitido na memória tudo que possa deslustrar Davi. Ele nada conta, por exemplo, a respeito do adultério de Davi com a mulher de Urias e omite também a história da revolta de Absalão, que em 2º Samuel ocupa seis capítulos (cf. 2º Samuel 13-18). Por razão semelhante Salomão executor da construção do templo tem sua memoria o quanto possível preservada de manchas, são omitidas as intrigas e matanças ocorridas pela ascensão de Salomão ao Trono (1Rs 1-2), Assim como a decadência moral desse soberano no fim de seu reinado (1Rs 11).  A ação salvífica de Deus tem um relevo nessa historia, em ações de homens uns bons outros maus, mas num plano superior e misterioso Deus a orienta como sua providencia, que por vezes parece omitir-se e deixar as coisas correrem, mas no final sempre dá a cada um e a cada povo o que merece. 

Assim, entre os sucessores de Davi uns foram elogiados pelo que fizeram em favor do templo e do culto a Deus. Outros foram indignos do trono. os últimos reis de Judá são apresentados como maus, e por isso o povo passa pelo exílio babilônico, o qual durou cerca de meio século. A obra termina com o decreto de Ciro, rei da pérsia, o qual concede aos judeus exilados a permissão de voltar a patria e reconstruir o templo destruído pelos babilônios. Com isto começa uma nova etapa na história da salvação, como o mesmo cronista nos conta nos livros de Esdras e Neemias.

O Espírito Santo em Ação
Há duas referências claras ao Espirito Santo em 1ºCr. A primeira´está em 12.18, em que o “Espírito” entrou em Amasai e o capacitou a fazer uma declaração inspirada. E a segunda em 28.12, a qual explica que por meio do ministério do Espírito (ânimo) os planos do templo foram revelados a Davi. Já em 2º Cronicas há três referências claras ao Espirito Santo. É identificado como o “Espírito de Deus” (15.1; 24.20) e como o “Espírito do SENHOR” (20.14). Nessas referências, o ES inspirou ativamente Azarias (15.1), Jaaziel (20.14) e Zacarias (24.20) para que falassem da parte de Deus.
Além dessas referências, muitos vêem a presença do ES na dedicação do templo (5.13,14).


Objetivo e Fonte:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)

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Mãe, Um Pedaço do Céu - Leonardo Sulivan

Homenagem do Blog à todas as amigas leitoras que são mães. Feliz dia das mães!!

DE ADÃO ATÉ O JUDAÍSMO - Série Curiosidades Bíblicas

Os dois livros das Crônicas, juntamente com os livros de Esdras e Neemias, formam um conjunto coerente elaborado provavelmente nos inícios do séc. IV a.C. Temos aqui um grande conjunto narrativo, que vai desde Adão até a organização da sociedade judaica depois do exílio na Babilônia (por volta de 400 a.C.). Essa história pode ser dividida em três grandes partes:
- 1Cr 1-9: História de Adão até Saul, cuja seqüência é construída graças a árvores genealógicas, elaboradas a partir de tradições antigas, de palavras de profetas e material acrescentado pelo próprio autor.
- 1Cr 10-2Cr 36: História da monarquia, desde Davi até Sedecias. O autor parece repetir as narrativas dos livros de Samuel e Reis. A leitura atenta, porém, mostra que ele recorre a outras fontes.
- Esdras e Neemias: História dos repatriados, desde o retorno do exílio até o ano 400 a.C. O autor se preocupa em mostrar os problemas dos judeus repatriados e a ação de Neemias e Esdras para organizar a sociedade judaica.

O conjunto dessa história procura mostrar o estatuto da sociedade judaica, reunida em Jerusalém e centrada no culto e na lei (Fidelidade a Deus). Sob o domínio persa, os judeus agarram a única possibilidade que lhes resta para recuperar e preservar a sua identidade como povo: a tradição religiosa dos antepassados, que agora se transforma em lei. No contexto pós-exílico, o Templo passa a ser o centro da vida da sociedade, como lugar de culto e da transmissão da lei, que fornecem a estrutura social da comunidade.

O autor, porém, não pretende apenas narrar a história dos judeus. Ele quer discutir e abrir perspectivas sobre a estrutura da própria comunidade judaica. Questão central é o problema da liderança que vai governar. Como os judeus só podem se estruturar a partir da religião, é natural que os sacerdotes detenham a liderança. Resta, porém, uma pergunta: Qual é o sacerdócio legítimo? Os descendentes do levita Aarão ou os descendentes de Sadoc? No exílio, os sacerdotes tinham elaborado complicadas genealogias para ligar Sadoc a Aarão, resolvendo assim a questão da legitimidade em favor dos descendentes de Sadoc. 

Diante disso, fica outra pergunta: E os levitas, descendentes diretos de Aarão? Desde o tempo de Salomão, eles tinham sido expulsos de Judá e passaram a exercer suas atividades entre as tribos do Norte, que formaram o reino de Israel. Ligados aos profetas, eles preservaram e produziram tradições que formaram o livro do Deuteronômio, o qual influenciou grandes reformas no reino de Judá. Depois do exílio, esses levitas se viram reduzidos a meros empregados dos sacerdotes.

O autor, muito provavelmente levita, produz toda essa literatura para reabilitar historicamente a figura do levita e, assim, reivindicar sua importância ao lado do sacerdócio para o governo da comunidade. É nesse sentido que podemos interpretar a expressão «aliança dos sacerdotes e levitas» em Ne 13,29 e a insistência contínua do autor em mostrar a importância do levitismo em toda a sua versão da história.

É claro que o autor não quer apenas arrumar emprego para os levitas. O que ele pretende é preservar a tradição profética, conservada pelos levitas, a fim de que a comunidade judaica não fique reduzida ao culto formal, mas seja capaz de se organizar socialmente, segundo o projeto de Deus, dentro da legítima tradição do Êxodo. É inegável que essa tradição foi transmitida pelos levitas, que procuravam atualizá-la e aplicá-la às situações concretas, visando sempre em primeiro lugar à causa do povo e à defesa de uma sociedade justa e igualitária. Podemos, portanto, dizer que essa obra histórica é uma grande reivindicação para a reabilitação daqueles que se colocam como defensores dos interesses do povo, protegendo-o de possíveis arbitrariedades, tanto internas como externas.

Nas próximas posts vamos tratar separadamente os livros de Cronicas, Esdras e Neemias.

Objetivo e Fonte:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)

Conhecer a Bíblia é muito importante para todos nós, especialmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois Deus fala conosco por meio de Sua Palavra. O Espírito Santo nos conduz, nos orienta, e quando passamos por tribulações, Ele nos faz lembrar do que está escrito na Bíblia, de uma Palavra de Deus que nos conforte. Mas só nos lembraremos se tivermos conhecimento Dela. Por isso, iniciamos a Série Curiosidades Bíblicas, com objetivo de despertar o interesse no leitor do Blog pelo conhecimento minucioso da Palavra de Deus, na Série Curiosidades Bíblicas utilizamos como base diversos materiais teológicos, dentre eles destacamos Bíblia Apostólica e Edição Pastoral alem de artigos diversos de teólogos conceituados. A Série Curiosidades Bíblicas não apresenta obrigatoriamente a nossa opinião.

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Os Livros dos Reis - Série Curiosidades Bíblicas

DA GLÓRIA À RUÍNA

Os livros dos Reis eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período. Esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Os livros relatam acontecimentos que vão de 971 a 561 a.C., continuando a história da monarquia iniciada com Saul e Davi. Depois de Salomão, o império se divide (931 a.C.) em dois reinos: o reino de Israel, com sede em Samaria, que caiu em poder da Assíria em 722 a.C., e o reino de Judá, com sede em Jerusalém, que caiu em poder da Babilônia em 586 a.C. Mais do que uma relação pormenorizada de acontecimentos, estes livros fornecem uma reflexão crítica sobre a história do povo e dos reis que o governaram: a fidelidade a Deus leva à bênção e à prosperidade; a infidelidade leva à maldição, à ruína e ao exílio (cf. 2Rs 17,7-23).

O critério da apreciação dos reis é a centralização do culto no templo de Jerusalém: Os que toleraram ou praticaram cultos fora deste templo, são todos reprovados. Portanto Jeroboão e todos os demais reis do norte são condenados pelo "pecado de Jeroboão" que consistiu na ereção e manutenção dos santuários de Dã e Betel. A maior parte dos reis do Sul são reprovados por terem tolerado ou não terem suprimido cultos fora do templo de Salomão. Apenas Ezequias e Josias são plenamente aprovados, enquanto Asa, Josafá, Joás , Azarias e Joatão o são com ressalvas.

No início, encontramos de novo uma teologia da autoridade política: o rei deve ser fiel a Deus (1Rs 2,3) e governar com sabedoria e justiça, servindo o povo (1Rs 12,7), que pertence unicamente a Deus (1Rs 3,8-9). Mas os reis são sempre infiéis, pois fazem «o que Deus reprova»: praticam a idolatria; «vendem» a nação para os estrangeiros; perseguem os profetas; dividem, exploram e oprimem o povo. Como conseqüência, Israel e Judá são levados à ruína.

O Templo e o profetismo têm um papel importante nessa história. O Templo é o lugar da reunião de todo o povo para o encontro com Deus, em todas as circunstâncias da vida nacional (1Rs 8). A reforma de Josias procura reunir novamente todo o povo a partir do culto no Templo (2Rs 22-23). Os profetas são aqueles que mantêm viva a consciência do povo, os vigias das relações sociais e os grandes críticos da ação política dos reis. Sua intenção de fazer respeitar a justiça e o direito está sempre em primeiro plano, e eles se ocupam tanto de religião como de moral e política, pois tudo deve estar submetido a Deus, o único rei sobre o povo (cf. Is 6,5; 44,6; Zc 14,16).

As decepções com a monarquia se multiplicaram e, com a queda dos reinos de Israel e de Judá, volta o antigo ideal igualitário das tribos, formulado agora por Jeremias como Nova Aliança: uma sociedade sem mediações, na qual o próprio povo governa a si mesmo, graças ao conhecimento de Deus (Jr 31,31-34). De fato o poder pertence à essência de Deus, e não à essência da humanidade. A humanidade é formada de pessoas relativas, isto é, de seres que se descobrem, se desenvolvem e se realizam dentro de relações que, para serem verdadeiramente humanas, devem ser justa.

A Bíblia mostra que o Reino de Deus, sempre vindo no horizonte da história, é o advento da humanidade unida e democrática, onde não há mais pobres e ricos, nem fracos e poderosos, e sim a justiça e o equilíbrio. O sentido último da existência de qualquer autoridade é servir ao advento do Reino de Deus, o que significa também ter a vocação de diminuir-se a si mesma, até tornar-se desnecessária e desaparecer. A ingratidão e infidelidade do povo eleito, a consequente ruína de Israel e depois de Judá parecem fazer fracassar o plano de Deus. Mas, apesar de tudo, sempre fica uns poucos fiéis que não se dobram a Baal, uns poucos de Sião que mantem a aliança. Estes poucos bastam para deixar viva a promessa da futura salvação.  O plano salvífico de Deus se mantem firme e inalterado, aparece na subsistência admirável da dinastia davídica, na qual repousam as promessas messiânicas, ao passo que o reino do Norte as dinastias se sucedem com muito sangue e violência. Todas as formas de absolutismo significam uma regressão no processo histórico. Regressão voltada para o fracasso, pois a história caminha para a meta que Deus fixou: o Reino.

Note-se a grande importância que é dada à pregação e atuação dos profetas, procurando manter o povo fiel a Deus e a aliança com Ele: "homem de Deus" em Betel, Aias,Elias,e Eliseu, Miqueias, Jonas e tantos outros.

Cristo Revelado
O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a necessidade do advento de Cristo. Cristo é a combinação ideal desses três ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5), Muitos dos milagres de Jesus são reminiscências das maravilhas que Deus fez através de Elias e Eliseu em Reis. Além disso, Cristo é um sacerdote superior a qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs ilustra vivamente a necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções. Quando perguntado se era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto, Jesus é um Rei maior do que o maior dos seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada um desses 26 governantes já terminou, mas Cristo reinará sobre o trono de Davi pra sempre (1Cr 17.14; Is 9.6), pois ele é “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).


O Espírito Santo em Ação
1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. 
As palavras de Obadias lá indicam que as vezes o ES transportava Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 18.12) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar.

Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do ES em capacitar Elias para operar milagres, A fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à inspiração dos profetas pelo Espírito de Deus (ver 2Rs 3.15 e Ez 1.3; comparar com 1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao ES que dotou Elias com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente. Há também uma referência indireta ao ES na frase “Espírito de Elias” em 1.9,15. Aqui Eliseu tenta receber o mesmo poder de Elias para levar adiante o ministério profético do seu antecessor. O espírito enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar era o Espírito de Deus. 2Rs 2.9,16 fornece um paralelo interessante entre o AT e At 1.4-9 e 2.1-4. Elias foi elevado ao céu, Eliseu procurou a promessa de que receberia poder para levar adiante o ministério do seu mestre, e a promessa foi cumprida. Da mesma maneira, Jesus ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da promessa, e o ES desceu para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre começou. Uma alusão final ao ES aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor” veio sobre Eliseu, capacitando-o a profetizar ao rei Josafá. A formula “a mão do SENHOR” se refere à inspiração divina dos profetas. 

Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse versículo se refere a um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com 1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma manifestação do ES.

Objetivo e Fonte:"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)

Conhecer a Bíblia é muito importante para todos nós, especialmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois Deus fala conosco por meio de Sua Palavra. O Espírito Santo nos conduz, nos orienta, e quando passamos por tribulações, Ele nos faz lembrar do que está escrito na Bíblia, de uma Palavra de Deus que nos conforte. Mas só nos lembraremos se tivermos conhecimento Dela. Por isso, iniciamos a Série Curiosidades Bíblicas, com objetivo de despertar o interesse no leitor do Blog pelo conhecimento minucioso da Palavra de Deus, na Série Curiosidades Bíblicas utilizamos como base diversos materiais teológicos, dentre eles destacamos Bíblia Apostólica e Edição Pastoral alem de artigos diversos de teólogos conceituados. A Série Curiosidades Bíblicas não apresenta obrigatoriamente a nossa opinião.

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